A relevância de Anne Frank hoje

O episódio do podcast “E eu com isso?” do IBI desta semana, apresentado por Anita Efraim e Amanda Hatzyrah é sobre um clássico da literatura mundial, muito lido nas escolas brasileiras – e que inclusive gerou boicote de pais de alunos de um famoso colégio privado em São Paulo, que consideraram trechos da obra, especialmente aqueles em que Anne expressa curiosidade diante de sua sexualidade, inadequado – o emocionante, “O Diário de Anne Frank”.

Por que uma obra escrita há décadas por uma garota de 13 anos mobiliza tanto, ainda hoje, os ânimos das pessoas? Qual a sua real mensagem e o que podemos aprender com Anne Frank para o século XXI?

Os convidados da vez, Paulo Werneck – editor da revista Quatro Cinco Um e apresentador do podcast 451 MHz – e Thais Lancman – escritora, mestre em Literatura Judaica pela USP e doutora em Literatura Comparada pelo Mackenzie – que respectivamente editou uma edição temática sobre a Anne Frank da revista Quatro cinco um, e escreveu uma resenha sobre a nova versão do “O Diário de Anne Frank”.

Para a escritora Lancman, “É uma obra que está muito dentro do nosso imaginário, que todo mundo sabe muito sobre o livro, meio que “por osmose”. Por que esse livro ainda é relevante? [Porque] a gente consegue ter o olhar de uma menina de 13 anos diante de um Holocausto, no anexo secreto com a família, com as todas as privações. É uma coisa muito particular, mas também temos que olhar na qualidade do texto – independente das edições que passaram – que é um fator relevante que faz do “O Diário de Anne Frank” ser uma obra ainda tão forte, tantos anos depois do lançamento”.

Há também um conceito, “escrevivência”, criado pela escritora Conceição Evaristo, que pode interligar a obra da autora com o diário de Anne Frank. “Eu me lembrei desse conceito da Conceição Evaristo, que falou sobre a infância dela na favela, lendo a Anne Frank. Foi muito feliz “esse encontro”, porque ela conseguiu trazer para a Anne Frank um conceito que ela criou para compreender a própria obra dela, que é o de “escrevivência”. É uma escrita que se dá em paralelo com a vivência, é um registro, uma elaboração literária de uma vida, e isso é muito forte”, explicou Werneck.

Werneck ainda fez outros paralelos importantes: “Um dos grandes valores do diário é despertar as pessoas para o que foi o Holocausto. E o Holocausto, de certa maneira, nos faz lembrar de todos os genocídios que sempre acontecem, vão acontecer e estão acontecendo. Existe, de fato, uma situação terrível do povo africano que foi escravizado no Brasil, o genocídio armênico, o genocídio Yanomami… Temos que abrir os olhos para o genocídio”. Escute:

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