IBINews 227: A Festa da Liberdade

O êxodo do Egito, celebrado na festa de Pessach, permeia toda a tradição judaica. A recordação desta passagem bíblica constitui um poderoso chamado para a defesa da liberdade.

Entretanto, enquanto não houver liberdade para todos, a travessia não estará completa. Daí que importa olhar para os desafios contemporâneos que ainda se impõem principalmente a mulheres, negros, pessoas LGBTQIA+, entre outros grupos sociais.

Uma série de ações do IBI ao longo desta semana dão conta da transmissão deste legado.

Caroline Beraja, integrante de nossa equipe de programas e projetos, escreveu na revista Amazônia Judaica sobre judaísmo e feminismo.

O artigo contempla a trajetória de Miriam, irmã de Moisés e Aarão, que apesar de ser retratada com sua feminilidade aflorada, é identificada com características geralmente atribuídas aos homens: coragem e liderança.

“Miriam era muito mais do que apenas irmã de Moisés e Aarão: ela tinha um papel importante na organização social da época, era uma liderança comunitária. Miriam fazia parte da tomada de decisões do povo de Israel, além de auxiliar na execução das resoluções”, afirma Beraja. “No livro Êxodo, há um trecho que conta que o povo teve medo de atravessar o Mar Vermelho e paralisou em frente ao caminho aberto com a cajadada de Moisés. Foi Miriam que, seguida por outras mulheres, iniciou a travessia cantando e dançando, e convenceu o povo a segui-la”, completa.

Hoje, Miriam é referência nas diversas frentes de luta pelos direitos das mulheres em Israel, como por exemplo as Nashot haKotel (Mulheres do Muro). O grupo reivindica a ampliação do espaço feminino para as preces, que é muito menor que o masculino, e a legitimação de suas práticas religiosas.

João Torquato, do coletivo Judeidade e Negritude, escreveu um texto em que a escravidão ocupa o foco principal, estabelecendo uma conexão entre os 400 anos vividos pelos judeus no Egito, e a realidade do povo negro.

Conclui João que, infelizmente, “os fatos mostram que a liberdade do povo negro não se deu por completo no Brasil e outros lugares do mundo”.

Ainda nesse âmbito, lembramos o seder de pessach organizado pelo IBI com a participação do rapper Emicida.

Por fim, o Gaavah, coletivo judaico LGBTQIA+ do IBI, preparou uma hagadá especial. Com o objetivo de tornar as noites de pessach mais significativas, o material reúne todas as etapas do seder, acrescentando textos e símbolos especiais para celebrar a diversidade de gênero e orientação sexual.

Luta diária

Como se vê, vivemos tempos nos quais a defesa da liberdade é uma luta diária. A liberdade de ser quem se é e, também, a de expressar opiniões.

Por meio das diferenças, temos a oportunidade de abrir nosso horizonte, nos enriquecer como indivíduos e como comunidade para a construção de um mundo mais inclusivo, acolhedor e igualitário.

Por isso, é preciso estarmos sempre atentos ao patrulhamento ideológico de pessoas e seu cancelamento coletivo.

A tradição judaica nos alerta sobre os perigos de falar mal dos outros: a calúnia é comparada a uma flecha, que diferente de uma espada, pode chegar a lugares distantes que não imaginamos, e é, portanto, irreparável.

Seguimos, assim, firmes em nosso propósito de construção de pontes através do diálogo e da esperança.

CONFIRA OS DESTAQUES DA SEMANA PASSADA!

Sionismo e antissionismo na esquerda: Nas últimas semanas, teorias conspiratórias, que remetem às raízes do antissemitismo histórico, despontaram com uma frequência preocupante. Na abertura do programa “O mundo como ele é” do dia 30 de março, da TV 247, o jornalista José Reinaldo de Carvalho desfiou algumas delas. Convidamos o jornalista Milton Blay, ex-colaborador do canal, para uma reflexão sobre o tema, juntamente com Daniel Douek, diretor do IBI, e Morris Kachani, coordenador de comunicação do IBI. Veja. 

Sobel e Vlado: A pesquisadora e doutora em história Beatriz Kushnir apresenta uma análise crítica sobre o papel do rabino Henry Sobel após o assassinato do jornalista Vladimir Herzog pela ditadura militar. Leia. 

Tensão em Pessach: Dia a dia, aumenta a tensão em Israel. Em meio ao Ramadã e ao Pessach, atentados terroristas e choques entre palestinos e israelenses são faíscas que podem incendiar o país. No “E eu com isso?”, Anita Efraim e Ana Clara Buchmann conversaram sobre o tema com João Koatz Miragaya, editor do Conexão Israel. Ouça. 

O turismo em Israel renasce: Depois de 2 anos de pandemia, o Ministério do Turismo de Israel estima que aproximadamente 30.000 turistas chegarão a Israel esta semana para os feriados de abril de Pessach, Páscoa e Ramadã. Leia. 

A garrafa térmica da discórdia: No Expresso Israel desta semana, as jornalistas Daniela Kresch e Isabella Marzolla conversaram sobre os atos de vandalismo na tumba de Yossef, na cidade de Nablus, na Cisjordânia. O programa encerrou com um assunto divertido: alguns ministérios israelenses receberam de presente, da embaixada da China, uma garrafa térmica. As autoridades do país acharam que havia um microfone na base dela e imprensa passou a anunciar uma suspeita de espionagem. Houve um desgaste diplomático, mas, no final das contas, o shin bet (agência de segurança) anunciou que o tal “microfone” era simplesmente uma peça normal de qualquer garrafa térmica. Assista. 

Hadassah na Ucrânia: Milhares de ucranianos passam todos os dias por Przemyśl, cidade da Polônia que faz fronteira com a Ucrânia, buscando abrigo contra os ataques russos. Identificando a crise humanitária na região, médicos israelenses voluntários do grupo Hadassah Medical Organization instalaram um hospital de campanha para acolher essas pessoas. Em entrevista exclusiva ao IBI, o diretor executivo do Hadassah International, Jorge Diener, contou sobre os desafios presentes na linha de frente no atendimento aos refugiados. Veja. 

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